quarta-feira, 9 de março de 2011

Diáro de Carnaval - 05.03.sábado


Acordei antes do amanhecer só pra ver nascer esse dia querido tão esperado. No ano passado assisti ao nascimento do Carnaval já na Rio Branco, na alvorada dos Embaixadores da Folia. Cheguei na hora marcada, às cinco da matina, e encontrei a diretoria do bloco dormindo em papelões no chão da Rio Branco (esperavam os músicos). Além deles, de pé bem na esquina, tinha uma foliã com fantasia completa de nega maluca, só. Quando os músicos chegaram, já era seis e meia. Tive que pegar o táxi correndo e subir Santa Teresa porque o Céu na Terra é pontualíssimo, sai às sete. Dessa vez não fui nos Embaixadores, subi direto pra Santa e ainda bem que não me programei pra isso, porque na hora de sair de casa sumiu a chave do carro do Marcelo. Reviramos a casa toda às seis da manhã (eu de espanhola e ele de Bob Marley) e só conseguimos achar quando eu fiz uma reza forte pra achar coisas perdidas: reza a Salve Rainha até o "mostrai", faz o sinal da cruz e procura tudo de novo, quando achar termina a oração, faz o sinal da cruz e dedica às almas do purgatório. Feito isso, achamos a chave dentro da mala da Simone, que estava na sala com o fecho um pouquinho de nada aberto.

Chegamos com o Céu já montado pra sair, chovia e fazia frio, nada a ver com Carnaval, mas vamos em frente pra não perder ponto. Foi legal. Apesar de lotado, o Céu merece abrir o meu Carnaval. A saída no sábado anterior, quando eles vêm no bonde, é cheia mas bem mais tranquila porque o espaço é mais amplo, não entendo porque no Carnaval eles não saem do Curvelo também, saem naquela ruazinha apertada atrás do posto de saúde. Lotou e ficou insuportável: cheiro horrível de maconha no maior aperto. Não dava pra continuar. Descemos e fomos tomar café da manhã antes de pegar o Dois pra lá Dois pra cá, o qual não merece aqui nenhum comentário, mas vou fazer: sem bateria, só com carro de som, repetindo a mesma música mil vezes (esse defeito sempre teve) e com o filho do Carlinhos aos berros no microfone, falando coisas que não tinha nada a ver durante TODO o percurso (basta dizer que ele gritou umas dez vezes o nome completo da madastra e da irmã). Depois de 10 anos desfilando no Dois pra lá Dois pra cá e adorando, lamento dizer que o Carlinhos nunca mais vê a minha cara no bloco dele.

Almoçamos, voltamos pra casa e dormimos no sofá da sala. Acordamos na hora de sair pro Sambódromo. E, quando a Alegria da Zona Sul, primeira escola a desfilar, entrou e eu me vi ali, no coração do Carnaval carioca, tão querido, tão esperado, abrindo a festa ao som da bateria, chorei e tive pena do Roberto Carlos: emoção difícil de segurar. Por esse motivo e porque acabo de vê-lo em lágrimas na quadra da Beija-Flor comemorando o título, comecei meu diário de Carnaval com essa foto dele no carro alegórico feito pelo Roger, meu irmão querido e talentoso pra quem eu torci tanto e estou super feliz porque tudo deu certo e ele foi campeão do nosso Carnaval junto com o Roberto e com a Beija-Flor.
Em breve: nossa foto na concentração, antes da Alegria entrar na avenida.


Um comentário:

  1. Lu adorei o CARNAVAL... foi tudo muito bom e divertido... os blocos, as pessoas, as fantasias, as comidinhas, os sonhos, a sua casa, o sorriso constante nas nossas bocas, o coracao feliz... deixo aqui abracos calorosos para todos que estiveram com a gente... e agora vou me guardar para quando o proximo carnaval chegar... valeu por tudo...

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